terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Estudante do Pará é vítima da tragédia

Estudante paraense morto em incêndio é cremado
BOATE KISS
Rafael Dias Ferreira, de 21 anos morava há cinco anos em Santa Maria
Da Redação
O corpo do paraense Rafael Dias Ferreira, de 21 anos, uma das vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), na madrugada de domingo, foi cremado ontem. Rafael morava naquela cidade gaúcha há mais de cinco anos e cursava o último ano de Biologia, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). À tarde, este jornal falou rapidamente com o pai de Rafael. Pedro, que mora em Santa Maria, informou que o corpo do filho ia ser cremado, no final da tarde, em Caxias, outra cidade gaúcha. Mas, muito abalado, não tinha condições de prestar mais informações.
Rafael é primo de Thiago Vinicius Ferreira da Silva, de 21 anos. Thiago também estava na boate. Ele sofreu escoriações e inalou muita fumaça. Foi internado no domingo, à noite. Recebeu alta e foi para a casa de seu tio, Pedro, pai de Rafael. Mas, ontem, passou mal (complicações respiratórias) e foi hospitalizado novamente, informou, por volta das 17 horas, o pai dele, Josenildo Sousa da Silva. Morando em Abaetetuba, ele informou que Thiago reside em Santa Maria há aproximadamente sete anos, e cursava o 2º semestre de Química. Ele morava em uma república da própria universidade federal.
Josenildo explicou que Rafael e Thiago foram criados juntos e, portanto, eram como se fossem irmãos. Josenildo, que é irmão de Pedro, o pai de Rafael, disse que, desde que foi morar naquela cidade gaúcha, Thiago não vinha a Abaetetuba, no nordeste paraense. Mas o universitário já havia programado visitar sua famíila no próximo mês de março, quando estará de férias. Josenildo confirmou que o corpo de Rafael ia ser cremado, ontem, na cidade de Caxias. Ele disse que Rafael nasceu em Belém e passou um bom período de sua vida em Abaetetuba. Josenildo agradeceu o apoio que recebeu da Prefeitura de Abaetetuba, que lhe deu as passagens áereas para que viajasse para Santa Maria, para poder acompanhar de perto seu filho. O embarque estava programado para ocorrer na madrugada de ontem.
A mãe de uma jovem que estava na boate que pegou fogo no Rio Grande do Sul falou do alívio de saber que a filha sobreviveu à tragédia. As duas nasceram no Maranhão e vieram para o Pará, em 1998. A filha, Luciene Louzeiro, de 34 anos, foi morar em Santa Maria há três anos. Ainda de madrugada de domingo, Nilza, que mora em Ananindeua, recebeu a ligação da filha, que estava muito nervosa. 'Ela me ligou às 5h30, gritando, chorando com o que tinha acontecido. Mas ela conseguiu se salvar', contou a mãe. Luciene disse que o fogo se alastrou rapidamente. 'Um dos músicos da banda pegou o extintor de incêndio para tentar apagar o fogo, mas não funcionou. Ele tentou várias vezes, mas não funcionava. E o fogo foi aumentando rapidamente. Aquela fumaça preta... ficou tudo escuro rapidamente. Daí, eles saíram do palco. Todo mundo correndo, tentando sair, tinha umas mil pessoas lá', relatou Luciene.
Ela contou ainda que houve dificuldades em se sair da boate por causa de alguns seguranças da boate. 'Inicialmente, alguns seguranças não deixaram. Ficaram na porta, abrindo os braços. Dizendo que não era pra ninguém sair dali, que tinha que pagar a comanda de consumo. Daí, a gente falou: ‘Tá tendo fogo! Até que ele viu mesmo a fumaça vindo e foi aí que liberou. Mas ele (o segurança) ficou por alguns segundos ali tentando barrara a saída', contou a sobrevivente. Para a mãe da jovem, que por pouco não perdeu a filha, fica uma mistura de sentimentos. 'Chorei e, ao mesmo tempo, agradeci a Deus porque ela estava salva. Mas ela também perdeu amigos lá dentro. A gente fica muito triste por isso', afirmou Nilza.

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