21/06/2013 - 09h45
Dilma realiza reunião com ministros sobre os efeitos dos protestos pelo país
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ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
Segundo assessores presidenciais, a presidente ficou impressionada com os acontecimentos no Rio e em Brasília e vai ouvir relatos do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, sobre os atos. Ainda pela manhã, Dilma conversará com o vice-presidente, Michel Temer, sobre os protestos.
Veja o mapa dos protestos que acontecem pelo país
Cantanhêde: Ruas em chamas; a coisa desandou
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Ontem, a presidente acompanhou boa parte dos protestos no Palácio do Planalto e cancelou viagens ao Japão a Salvador. O cancelamento da viagem ao Japão --que estava marcada para a próxima semana-- decorreu da avaliação de que Dilma não podia se ausentar do país neste momento. A visita a Salvador, onde a presidente lançaria o Plano Safra do Semiárido, foi suspensa para que ela pudesse se reunir com sua equipe.
A orientação da equipe de segurança do Planalto também é evitar excesso de exposição pública neste momento em que a tensão está elevada no país, o que poderia fazer da presidente alvo de hostilidade por parte dos manifestantes.
Assessores presidenciais disseram ontem, reservadamente, que o governo estava "atônito" e "perplexo" com as manifestações em todo o Brasil, mas monitorava a evolução dos protestos para tomar medidas de emergência em caso de necessidade.
Segundo auxiliares, o governo estava também "preocupado" com o impacto das manifestações sobre os investidores internacionais e na imagem do país no exterior. Esse temor decorre em particular do fato de o país estar sediando a Copa das Confederações, atraindo atenção da mídia internacional. Para dirigentes da Fifa, que promove a Copa das Confederações, a situação no Brasil é mais grave do que o pior cenário imaginado.
Além disso, o governo enfrenta no mesmo momento turbulências na área econômica, com a cotação do dólar em alta e o Banco Central sendo obrigado a fazer intervenções no mercado cambial.
Sétimo ato do Movimento Passe Livre em São Paulo
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Grupo de manifestantes caminham na avenida 23 de Maio durante
o ato em São Paulo
Mesmo após a redução em série das tarifas de ônibus, principal reivindicação dos protestos que tomaram conta do país, novos atos levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas em cerca de cem cidades. Hoje há previsão de atoes em cerca de 60 municípios.
No 14° dia de manifestações, cenas de violência e vandalismo foram registradas em 13 das 25 capitais, que tiveram protestos. Ocorreram ataques ou tentativas de invasão a órgãos dos Três Poderes em nove cidades. Ações de repúdio a partidos políticos foram recorrentes.
Em Brasília, que contabilizou mais de 50 feridos, um grupo quebrou os vidros do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores e houve princípio de incêndio. Dois ministérios foram pichados, e o Banco Central teve vidraça danificada.
"Foi um ato de vandalismo que não pode se repetir. Eu conclamaria a todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o patrimônio da nação", disse o chanceler Antonio Patriota à rádio CBN. "Fiquei muito indignado com o que ocorreu."
No Rio, o protesto reuni 300 mil pessoas e terminou num grande confronto que se espalhou pelo centro e terminou com mais de 60 feridos. Agressores chegaram a atacar um veículo blindado da Polícia Militar, conhecido como "caveirão".
Em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), pelo menos 25 mil pessoas foram às ruas na quinta-feira (20) para protestar. O estudante Marcos Delefrate, 18, morreu após ser atropelado por um carro que furava um bloqueio de manifestantes --a primeira morte desde que começou a escalada de protestos, há duas semanas. Outras três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. O motorista está foragido.
Em São Paulo, a comemoração pela redução da tarifa, de R$ 3,20 para R$ 3, foi marcada por hostilidades de manifestantes contra membros de partidos políticos como PT, PSOL e PSTU. A multidão gritava "fora, partidos, vocês querem o povo dividido". Os petistas, o maior grupo, deixaram o ato.
O Movimento Passe Livre (MPL) emitiu nota no início da madrugada desta sexta-feira em repúdio aos atos de violência contra partidos políticos durante as manifestações. Às 20h, mais de 110 mil pessoas se reuniam na avenida Paulista, segundo o Datafolha.
Petistas foram expulsos do ato, que reuniu 110 mil pessoas às 20h, segundo o Datafolha.21/06/2013 - 01h08
Manifestação no Rio termina com confronto e 62 pessoas feridas
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DO RIO
No maior dos quatro atos já realizados desde o início da onda de protestos no Rio de Janeiro, há oito dias, manifestantes e policiais entraram em confronto na noite desta quinta-feira por toda a extensão do centro da cidade. Sessenta e dois feridos foram levados para o Hospital Souza Aguiar, nos arredores.
Como nas vezes anteriores, o ato, que reuniu 300 mil pessoas segundo a PM, começou tranquilo. Mas o confronto entre policiais e manifestantes, que começou em frente à sede da prefeitura, se espalhou pelas ruas do centro e atingiu parte da zona sul.
Veja o mapa dos protestos que acontecem pelo país
Dilma Rousseff convoca reunião de emergência para amanhã
Às 23h o Batalhão de Choque cercou o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras. Um grupo de manifestantes seguia para lá e as ruas foram interditadas, mas meia-hora depois foram liberadas.
Desde o início do confronto, pouco antes das 19h, eles vinham sendo "empurrados" pelos policiais, com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha.
O grupo ia diminuindo, mas continuava a depredar, saquear e incendiar em seu caminho. Passaram assim pela avenida Rio Branco e Cinelândia, no centro, onde saquearam uma filial das Lojas Americanas. Seguiram para Glória, Catete e Largo do Machado, na zona sul.
No início dos conflitos, em frente a Prefeitura, um grupo roubou os equipamentos e depois incendiou um carro da rede de TV SBT. Pessoas que participaram da passeata queixavam-se de que, quando começou o tumulto, assaltantes se misturaram, levando carteiras, celulares e outros objetos.
Durante o dia, o governador Sérgio Cabral, informou por meio de sua assessoria, que tinha recebido telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação. Nem a PM nem a secretaria de segurança confirmou a informação.
Manifestação no Rio de Janeiro
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Manifestantes ateiam fogo em objetos durante protesto no Rio
de Janeiro; PM e manifestantes voltam a entrar em confronto
Na concentração, na Candelária, o único incidente ocorreu quando sindicalistas tentaram abrir duas bandeiras da CUT. Foram cercados por manifestantes que arrancaram e rasgaram as bandeiras.
Pouco depois, militantes do PSTU tiveram suas bandeiras arrancadas e rasgadas por outro grupo de manifestantes, que pediam para o movimento ser apartidário.
A passeata seguiu tranquila até a frente da prefeitura, distante pouco mais de três quilômetros.
Os participantes gritavam palavras de ordem como "Não vai ter Copa", Povo na rua, Dilma a culpa é sua", "Brasil, vamos acordar. O professor vale mais do que o Neymar" e "Polícia, polícia, vinagre é uma delícia".
Às 18h55, morteiros foram disparados pelos manifestantes. Em resposta, a polícia arremessou bombas de efeito moral e usou a cavalaria, a fim de proteger o prédio.
Manifestantes arrancaram tapumes que protegiam prédios no entorno e os usavam com escudos para se proteger das bombas e avançar em direção aos policiais. O caveirão, blindado da PM, entrou em ação, arremessando mais bombas e balas de borracha.
Os manifestantes começaram a se dispersar, espalhando os confrontos por todo o centro da cidade. Parte deles atravessou um viaduto em frente à prefeitura e seguiu em direção ao Maracanã, onde acontecia o jogo Espanha X Taiti. Foram contidos por agentes da Força Nacional que participam do esquema de segurança da Copa das Confederações.
Outro grupo foi em direção contrária, voltando para a Candelária. Um grupo depredou e incendiou o Terreirão do Samba, local de shows populares na avenida Presidente Vargas. Postes com câmeras de trânsito, pontos de ônibus e lixeiras foram destruídos no trajeto. (DENISE LUNA, PEDRO SOARES, ITALO NOGUEIRA, FABIO BRISOLLA, BRUNA FANTTI, MARIANA SALLOWICZ e PAULO MAURICIO ROCHA)
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