Rio - Primeira mulher a ser eleita presidenta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, a desembargadora Letícia Sardas tomou posse ontem. A dama de ferro das urnas revelou que vai centrar fogo contra os currais eleitorais, principalmente, os comandados por milícias, na Zona Oeste. Para fechar o cerco à ação de grupos paramilitares, Letícia convocou o ex-superintendente da Polícia Federal do Rio o delegado Pedro Luiz Berwanger, conhecido na instituição como ‘cão farejador”. Ele assume a chefia da Assessoria Especial de Segurança e Inteligência segunda-feira.
“Diferentemente do tráfico de drogas, que traz a violência, a milícia aposta em representatividade política. Então, vamos fazer o mapeamento com o auxílio das polícias e das Forças Armadas”, anunciou Letícia.
Outra frente que receberá atenção especial da desembargadora são os centros sociais. “Vamos chamar partidos e representantes para explicar o que não é ilegal”, esclareceu. Para a desembargadora, o trabalho preventivo é fundamental para evitar crimes. “Muitas vezes há erros também por falta de informação”, analisou. Letícia prometeu, ainda, criar a Comissão Permanente de Fiscalização, formada por juízes, para orientar políticos e candidatos.Desde de novembro de 2011, Letícia ocupava o cargo de vice-presidente do TRE.
Delegado atuou no caso PC Farias
Em 1996, Pedro Berwanger, recebeu a missão do então ministro da Justiça Nelson Jobim, de deixar curso sobre crime organizado no FBI (Polícia Federal americana) e fazer relatório sobre o assassinato de Paulo Cesar Farias, o PC Farias, tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor. De 1999 a 2001, foi superintendente da Polícia Federal do Rio. Em 2011, aposentou-se da polícia depois de 35 anos.