13/03/2013 - 17h44
Em meio a protestos, bate-bocas e questionamentos, o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) presidiu nesta quarta-feira (13) sua primeira sessão como presidente da comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Em quase duas horas de sessão, marcada pela intervenção constante de movimentos sociais, o pastor pediu "humildes desculpas", um "voto de confiança", aprovou requerimentos sem maior impacto e encerrou a reunião por falta de quórum.
Ministra diz que Câmara 'precisa ouvir sociedade' sobre pastor em comissão
Deputado emprega pastores que só trabalham na igreja
Fux critica judicialização de eleição de pastor em comissão da Câmara
Para leitor, escolha de pastor é debochar da sociedade
"Peço a todos e a todas que se alguém se sentiu ofendido por alguma colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas e coloco meu gabinete à disposição para dirimir quaisquer dúvidas", disse.
"Orientei minha assessoria a pautar assuntos que já vinham sendo matéria de debates nesta comissão, e que incluísse alguns temas que vejo como importantes para a defesa das minorias que reclamam a atenção das autoridades constituídas, podendo atender anseios legítimos dos movimentos sociais", completou, entre gritos de "não aceito".
OFENSAS
Feliciano chegou com atraso de meia-hora entre gritos de "estelionatário", da ala de manifestantes contra, e de "pastor", da ala de ativistas em seu favor. A reunião, em sua primeira hora, foi interrompida diversas vezes tanto por um lado quanto pelo outro.
Feliciano pediu que ativistas se comportassem. "Eu sou presidente desta sessão", disse, entre protestos. "Não cedo à pressão. Se os senhores não pararem vou ter que esvaziar a sessão."
No entanto, deputados também se envolveram em discussões. Jair Bolsonaro (PP-RJ) trocou farpas com o deputado Domingos Dutra (PT-RJ) e obteve de ser apartado. Também foi Bolsonaro que ergueu um cartaz dirigido aos manifestantes com as palavras "queimar rosca todo o dia". Seguranças da Câmara tiveram de intervir.
A orientação inicial da presidência da comissão, segundo integrantes da polícia legislativa, era que autorizassem a entrada tanto de evangélicos quanto de opositores de Feliciano. Ativistas relataram, porém, que tiveram o acesso à sala restrito, enquanto evangélicos puderam entrar e ocupar lugares com antecedência.
Questionados se tinham vindo juntos, alguns manifestantes representantes de igrejas evangélicas disseram que não eram obrigados a dar informações. "A imprensa está querendo saber demais", disse um ativista sem se identificar.
Houve, em grande parte do tempo, troca de ofensas entre ambas as partes. Enquanto de um lado evangélicos se diziam "contra a ditadura gay", de outro pediam "Estado laico". Um dos ativistas, pró-evangélicos, foi retirado da sessão a pedido do deputado Mário Heringer (PDT-MG).
No final da audiência, ao ser questionado se gostaria de continuar na comissão, mesmo sob protestos, disse: "Será uma bênção".
REQUERIMENTOS
Ao todo, seis requerimentos, entre pedidos de audiência pública e envio de missões, foram aprovados pelos deputados.
Um requerimento que não estava previsto inicialmente na pauta, da autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), contestava falas consideradas "homofóbicas" do candidato à presidência da Venezuela, Nicolás Maduro.
A nota de repúdio, entretanto, não pôde ser aprovada por falta de quórum. Última matéria a ser analisada, teve apenas 8 dos 10 votos necessários para ser aprovada
Primeira reunião de Feliciano em comissão da Câmara tem protestos e bate-boca
TAI NALON
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Em meio a protestos, bate-bocas e questionamentos, o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) presidiu nesta quarta-feira (13) sua primeira sessão como presidente da comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Em quase duas horas de sessão, marcada pela intervenção constante de movimentos sociais, o pastor pediu "humildes desculpas", um "voto de confiança", aprovou requerimentos sem maior impacto e encerrou a reunião por falta de quórum.
Ministra diz que Câmara 'precisa ouvir sociedade' sobre pastor em comissão
Deputado emprega pastores que só trabalham na igreja
Fux critica judicialização de eleição de pastor em comissão da Câmara
Para leitor, escolha de pastor é debochar da sociedade
Reunião da Comissão de Direitos Humanos
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Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) mostra cartaz com a frase
"queimar a rosca todo dia" para os manifestrantes contrários ao presidente da
Comissão dos Direitos Humanos, o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
"Peço a todos e a todas que se alguém se sentiu ofendido por alguma colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas e coloco meu gabinete à disposição para dirimir quaisquer dúvidas", disse.
"Orientei minha assessoria a pautar assuntos que já vinham sendo matéria de debates nesta comissão, e que incluísse alguns temas que vejo como importantes para a defesa das minorias que reclamam a atenção das autoridades constituídas, podendo atender anseios legítimos dos movimentos sociais", completou, entre gritos de "não aceito".
OFENSAS
Feliciano chegou com atraso de meia-hora entre gritos de "estelionatário", da ala de manifestantes contra, e de "pastor", da ala de ativistas em seu favor. A reunião, em sua primeira hora, foi interrompida diversas vezes tanto por um lado quanto pelo outro.
Feliciano pediu que ativistas se comportassem. "Eu sou presidente desta sessão", disse, entre protestos. "Não cedo à pressão. Se os senhores não pararem vou ter que esvaziar a sessão."
No entanto, deputados também se envolveram em discussões. Jair Bolsonaro (PP-RJ) trocou farpas com o deputado Domingos Dutra (PT-RJ) e obteve de ser apartado. Também foi Bolsonaro que ergueu um cartaz dirigido aos manifestantes com as palavras "queimar rosca todo o dia". Seguranças da Câmara tiveram de intervir.
A orientação inicial da presidência da comissão, segundo integrantes da polícia legislativa, era que autorizassem a entrada tanto de evangélicos quanto de opositores de Feliciano. Ativistas relataram, porém, que tiveram o acesso à sala restrito, enquanto evangélicos puderam entrar e ocupar lugares com antecedência.
Questionados se tinham vindo juntos, alguns manifestantes representantes de igrejas evangélicas disseram que não eram obrigados a dar informações. "A imprensa está querendo saber demais", disse um ativista sem se identificar.
Houve, em grande parte do tempo, troca de ofensas entre ambas as partes. Enquanto de um lado evangélicos se diziam "contra a ditadura gay", de outro pediam "Estado laico". Um dos ativistas, pró-evangélicos, foi retirado da sessão a pedido do deputado Mário Heringer (PDT-MG).
No final da audiência, ao ser questionado se gostaria de continuar na comissão, mesmo sob protestos, disse: "Será uma bênção".
REQUERIMENTOS
Ao todo, seis requerimentos, entre pedidos de audiência pública e envio de missões, foram aprovados pelos deputados.
Um requerimento que não estava previsto inicialmente na pauta, da autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), contestava falas consideradas "homofóbicas" do candidato à presidência da Venezuela, Nicolás Maduro.
A nota de repúdio, entretanto, não pôde ser aprovada por falta de quórum. Última matéria a ser analisada, teve apenas 8 dos 10 votos necessários para ser aprovada
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