Estudante paraense morto em incêndio é
cremado
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BOATE
KISS
Rafael Dias
Ferreira, de 21 anos morava há cinco anos em Santa
Maria
Da Redação
O corpo do
paraense Rafael Dias Ferreira, de 21 anos, uma das vítimas do incêndio na boate
Kiss, em Santa Maria (RS), na madrugada de domingo, foi cremado ontem. Rafael
morava naquela cidade gaúcha há mais de cinco anos e cursava o último ano de
Biologia, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). À tarde, este jornal
falou rapidamente com o pai de Rafael. Pedro, que mora em Santa Maria, informou
que o corpo do filho ia ser cremado, no final da tarde, em Caxias, outra cidade
gaúcha. Mas, muito abalado, não tinha condições de prestar mais
informações.
Rafael é primo de
Thiago Vinicius Ferreira da Silva, de 21 anos. Thiago também estava na boate.
Ele sofreu escoriações e inalou muita fumaça. Foi internado no domingo, à noite.
Recebeu alta e foi para a casa de seu tio, Pedro, pai de Rafael. Mas, ontem,
passou mal (complicações respiratórias) e foi hospitalizado novamente, informou,
por volta das 17 horas, o pai dele, Josenildo Sousa da Silva. Morando em
Abaetetuba, ele informou que Thiago reside em Santa Maria há aproximadamente
sete anos, e cursava o 2º semestre de Química. Ele morava em uma república da
própria universidade federal.
Josenildo
explicou que Rafael e Thiago foram criados juntos e, portanto, eram como se
fossem irmãos. Josenildo, que é irmão de Pedro, o pai de Rafael, disse que,
desde que foi morar naquela cidade gaúcha, Thiago não vinha a Abaetetuba, no
nordeste paraense. Mas o universitário já havia programado visitar sua famíila
no próximo mês de março, quando estará de férias. Josenildo confirmou que o
corpo de Rafael ia ser cremado, ontem, na cidade de Caxias. Ele disse que Rafael
nasceu em Belém e passou um bom período de sua vida em Abaetetuba. Josenildo
agradeceu o apoio que recebeu da Prefeitura de Abaetetuba, que lhe deu as
passagens áereas para que viajasse para Santa Maria, para poder acompanhar de
perto seu filho. O embarque estava programado para ocorrer na madrugada de
ontem.
A mãe de uma
jovem que estava na boate que pegou fogo no Rio Grande do Sul falou do alívio de
saber que a filha sobreviveu à tragédia. As duas nasceram no Maranhão e vieram
para o Pará, em 1998. A filha, Luciene Louzeiro, de 34 anos, foi morar em Santa
Maria há três anos. Ainda de madrugada de domingo, Nilza, que mora em
Ananindeua, recebeu a ligação da filha, que estava muito nervosa. 'Ela me ligou
às 5h30, gritando, chorando com o que tinha acontecido. Mas ela conseguiu se
salvar', contou a mãe. Luciene disse que o fogo se alastrou rapidamente. 'Um dos
músicos da banda pegou o extintor de incêndio para tentar apagar o fogo, mas não
funcionou. Ele tentou várias vezes, mas não funcionava. E o fogo foi aumentando
rapidamente. Aquela fumaça preta... ficou tudo escuro rapidamente. Daí, eles
saíram do palco. Todo mundo correndo, tentando sair, tinha umas mil pessoas lá',
relatou Luciene.
Ela contou ainda
que houve dificuldades em se sair da boate por causa de alguns seguranças da
boate. 'Inicialmente, alguns seguranças não deixaram. Ficaram na porta, abrindo
os braços. Dizendo que não era pra ninguém sair dali, que tinha que pagar a
comanda de consumo. Daí, a gente falou: ‘Tá tendo fogo! Até que ele viu mesmo a
fumaça vindo e foi aí que liberou. Mas ele (o segurança) ficou por alguns
segundos ali tentando barrara a saída', contou a sobrevivente. Para a mãe da
jovem, que por pouco não perdeu a filha, fica uma mistura de sentimentos.
'Chorei e, ao mesmo tempo, agradeci a Deus porque ela estava salva. Mas ela
também perdeu amigos lá dentro. A gente fica muito triste por isso', afirmou
Nilza.
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