Renata Leite, Tais Mendes e O Globo (granderio@oglobo.com.br)Com CBN e Globonew
RIO - O traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico de drogas na Rocinha, já chegou ao Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. O comboio que levou o traficante Nem e outros bandidos presos no entorno da favela da Rocinha, na noite desta quarta-feira, passou pelas principais vias expressas da cidade.
Nem foi transferido no início da tarde desta quinta-feira para Gericinó, que é mais conhecido como Complexo de Bangu, na Zona Oeste da cidade. O traficante ficou mais de nove horas prestando depoimento na sede da Polícia Federal (PF), na Praça Mauá. Por conta do aparato policial, uma pista da Rodrigues Alves, em frente à PF, foi interditada.
O traficante foi preso no fim da noite desta quarta-feira por policiais do Batalhão de Choque da PM, na Lagoa, em frente ao Clube Piraquê. Segundo a polícia, ele foi encontrado no porta-malas de um Corolla preto, onde viajavam mais quatro homens, que também foram presos. Um deles se apresentou como cônsul honorário da República do Congo, outros dois se disseram advogados e o quarto era o motorista. As embaixadas do Congo e da República Democrática do Congo, em Brasília, negaram nesta quinta-feira que tenham cônsul honorário no Rio.
FOTOS: Veja imagens da prisão de Nem
INFOGRÁFICO: Veja como foi a captura de Nem
LEIA MAIS: Nem comanda uma holding criminosa que fatura R$ 10 milhões por mês
REPERCUSSÃO: Jornais estrangeiros noticiam a prisão do chefe do tráfico na Rocinha
O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio CBN, que vai pedir ao Ministério da Justiça a transferência de Nem e de outros traficantes para presídios federais. Segundo ele, a documentação já está sendo preparada para ser enviada às unidades de segurança máxima fora do estado. O governador também elogiou a prisão do traficante.
- Isso foi fruto da parceria entre as Forças Armadas e as polícias Federal, Civil e Militar. É muito importante o trabalho que o Rio vem desenvolvendo com a retomada de seus territórios. A Rocinha e o Vidigal são duas comunidades muito simbólicas e muito queridas. Elas estão em um lugar privilegiado, mas foram crescendo sem nenhuma estrutura. Esse é um dia de muita alegria para todos nós - declara Cabral.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse nesta quinta-feira, em entrevista ao Bom Dia Rio, que é fundamental a prisão de grandes chefes do tráfico, assim como apreensões de armas e drogas:
- A estratégia que está sendo utilizada é a quebra do império, é a quebra do muro imposto por armas, é a quebra daquele lugar, daquela ilha inexpugnável da violência. Na medida em que simplesmente se anunciou que isso ia acontecer, essas pessoas mostraram fragilidade - afirma Beltrame.
O secretário disse ainda que não há uma receita concreta de pacificação e não confirmou se a ocupação da favela da Rocinha por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) começa no próximo domingo:
- A gente se prepara para entrar, sem confronto, mas não sabemos o que os criminosos têm na cabeça. Na Rocinha, há uma operação combinada que já começou há dias e nós ainda temos alguma informação a ser processada para determinar quando isso vai se dar.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, o delegado Victor Poubel, da PF, disse que Nem telefonou para a mãe assim que foi preso e fez algumas recomendações. Entre elas, a de que os filhos não faltassem às aulas .
Comparsas de Nem ofereceram R$ 1 milhão a policiais para que o grupo fosse liberadoO carro em que Nem estava foi abordado inicialmente na saída da Rocinha por policiais do Batalhão de Choque, mas o suposto cônsul, alegando imunidade diplomática, se recusou a passar pela revista e a abrir o porta-malas. Ele afirmou que só abriria o veículo numa delegacia. Os PMs, então, combinaram de escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. Na Rua Marquês de São Vicente, o motorista parou o carro e um integrante do grupo ofereceu a propina, que começou em R$ 20 mil e depois chegou a R$ 1 milhão, segundo os policiais. Os policiais se recusaram a aceitar o suborno e continuaram o percurso. Na altura do Clube Piraquê, o automóvel parou novamente. A Polícia Federal foi chamada porque o advogado alegou a imunidade diplomática do cônsul para não abrir a mala do carro. Após a chegada dos policiais federais, o Corolla foi revistado, e Nem, encontrado no porta-malas.
O soldado Heitor, do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que participou da prisão, contou na manhã desta quinta-feira que um dos advogados que estava no carro ofereceu num primeiro momento R$ 20 mil de suborno para que o grupo fosse liberado. Diante da recusa dos policiais, eles aumentaram o valor para R$ 1 milhão. Heitor disse ainda que todos os carros estavam sendo revistados por ordem do comando da PM e que a hora avançada e a potência do Corolla usado pelo cônsul chamaram a atenção dos policiais.
- Me sinto orgulhoso com a vitória - disse o policial.
O cabo Eduardo Teixeira, do Batalhão de Choque, que também acompanhou a prisão na Lagoa, confirmou que o suposto funcionário do consulado ofereceu propina.
- Quando o porta-malas foi aberto, o Nem viu que tinha perdido e não apresentou nenhuma reação - disse Teixeira.
Nem era o alvo de policiais que faziam um cerco na favela. A Polícia Militar havia reforçado o patrulhamento nos acessos à Rocinha e ao Vidigal, também na Zona Sul, inclusive com viaturas da corporação. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram a ocupar a Vista Chinesa, uma das possíveis rotas de fuga de bandidos da Rocinha.
No início da noite, dez pessoas, entre policiais e traficantes, foram presas durante operação da Polícia Federal , quando cinco agentes civis e militares escoltavam cinco traficantes que estariam fugido da Favela da Rocinha. O grupo estava dividido em quatro carros que foram interceptados pela PF em frente ao Shopping da Gávea e ao Jóquei, na Zona Sul do Rio. Um dos bandidos presos é o traficante Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, braço-direito do traficante Nem e chefe do tráfico no Morro de São Carlos.
RIO - O traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico de drogas na Rocinha, já chegou ao Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. O comboio que levou o traficante Nem e outros bandidos presos no entorno da favela da Rocinha, na noite desta quarta-feira, passou pelas principais vias expressas da cidade.
Nem foi transferido no início da tarde desta quinta-feira para Gericinó, que é mais conhecido como Complexo de Bangu, na Zona Oeste da cidade. O traficante ficou mais de nove horas prestando depoimento na sede da Polícia Federal (PF), na Praça Mauá. Por conta do aparato policial, uma pista da Rodrigues Alves, em frente à PF, foi interditada.
O traficante foi preso no fim da noite desta quarta-feira por policiais do Batalhão de Choque da PM, na Lagoa, em frente ao Clube Piraquê. Segundo a polícia, ele foi encontrado no porta-malas de um Corolla preto, onde viajavam mais quatro homens, que também foram presos. Um deles se apresentou como cônsul honorário da República do Congo, outros dois se disseram advogados e o quarto era o motorista. As embaixadas do Congo e da República Democrática do Congo, em Brasília, negaram nesta quinta-feira que tenham cônsul honorário no Rio.
FOTOS: Veja imagens da prisão de Nem
INFOGRÁFICO: Veja como foi a captura de Nem
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REPERCUSSÃO: Jornais estrangeiros noticiam a prisão do chefe do tráfico na Rocinha
O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio CBN, que vai pedir ao Ministério da Justiça a transferência de Nem e de outros traficantes para presídios federais. Segundo ele, a documentação já está sendo preparada para ser enviada às unidades de segurança máxima fora do estado. O governador também elogiou a prisão do traficante.
- Isso foi fruto da parceria entre as Forças Armadas e as polícias Federal, Civil e Militar. É muito importante o trabalho que o Rio vem desenvolvendo com a retomada de seus territórios. A Rocinha e o Vidigal são duas comunidades muito simbólicas e muito queridas. Elas estão em um lugar privilegiado, mas foram crescendo sem nenhuma estrutura. Esse é um dia de muita alegria para todos nós - declara Cabral.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse nesta quinta-feira, em entrevista ao Bom Dia Rio, que é fundamental a prisão de grandes chefes do tráfico, assim como apreensões de armas e drogas:
- A estratégia que está sendo utilizada é a quebra do império, é a quebra do muro imposto por armas, é a quebra daquele lugar, daquela ilha inexpugnável da violência. Na medida em que simplesmente se anunciou que isso ia acontecer, essas pessoas mostraram fragilidade - afirma Beltrame.
O secretário disse ainda que não há uma receita concreta de pacificação e não confirmou se a ocupação da favela da Rocinha por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) começa no próximo domingo:
- A gente se prepara para entrar, sem confronto, mas não sabemos o que os criminosos têm na cabeça. Na Rocinha, há uma operação combinada que já começou há dias e nós ainda temos alguma informação a ser processada para determinar quando isso vai se dar.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, o delegado Victor Poubel, da PF, disse que Nem telefonou para a mãe assim que foi preso e fez algumas recomendações. Entre elas, a de que os filhos não faltassem às aulas .
Comparsas de Nem ofereceram R$ 1 milhão a policiais para que o grupo fosse liberadoO carro em que Nem estava foi abordado inicialmente na saída da Rocinha por policiais do Batalhão de Choque, mas o suposto cônsul, alegando imunidade diplomática, se recusou a passar pela revista e a abrir o porta-malas. Ele afirmou que só abriria o veículo numa delegacia. Os PMs, então, combinaram de escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. Na Rua Marquês de São Vicente, o motorista parou o carro e um integrante do grupo ofereceu a propina, que começou em R$ 20 mil e depois chegou a R$ 1 milhão, segundo os policiais. Os policiais se recusaram a aceitar o suborno e continuaram o percurso. Na altura do Clube Piraquê, o automóvel parou novamente. A Polícia Federal foi chamada porque o advogado alegou a imunidade diplomática do cônsul para não abrir a mala do carro. Após a chegada dos policiais federais, o Corolla foi revistado, e Nem, encontrado no porta-malas.
O soldado Heitor, do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que participou da prisão, contou na manhã desta quinta-feira que um dos advogados que estava no carro ofereceu num primeiro momento R$ 20 mil de suborno para que o grupo fosse liberado. Diante da recusa dos policiais, eles aumentaram o valor para R$ 1 milhão. Heitor disse ainda que todos os carros estavam sendo revistados por ordem do comando da PM e que a hora avançada e a potência do Corolla usado pelo cônsul chamaram a atenção dos policiais.
- Me sinto orgulhoso com a vitória - disse o policial.
O cabo Eduardo Teixeira, do Batalhão de Choque, que também acompanhou a prisão na Lagoa, confirmou que o suposto funcionário do consulado ofereceu propina.
- Quando o porta-malas foi aberto, o Nem viu que tinha perdido e não apresentou nenhuma reação - disse Teixeira.
Nem era o alvo de policiais que faziam um cerco na favela. A Polícia Militar havia reforçado o patrulhamento nos acessos à Rocinha e ao Vidigal, também na Zona Sul, inclusive com viaturas da corporação. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram a ocupar a Vista Chinesa, uma das possíveis rotas de fuga de bandidos da Rocinha.
No início da noite, dez pessoas, entre policiais e traficantes, foram presas durante operação da Polícia Federal , quando cinco agentes civis e militares escoltavam cinco traficantes que estariam fugido da Favela da Rocinha. O grupo estava dividido em quatro carros que foram interceptados pela PF em frente ao Shopping da Gávea e ao Jóquei, na Zona Sul do Rio. Um dos bandidos presos é o traficante Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, braço-direito do traficante Nem e chefe do tráfico no Morro de São Carlos.
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