quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

ARTIGO


DOM  ORANI  É  NOSSO

                                             Célio Junger Vidaurre

 

            Notícia auspiciosa essa da nomeação de Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, como Cardeal, sinalizando uma nova era no Vaticano liderada pela astúcia política do Papa Francisco que vem transformando a Igreja de maneira aberta a todos os segmentos religiosos. Nunca se viu tanta popularidade em um Sumo Pontífice. Mesmo sendo de origem argentina, mesmo assim, o Papa tem sido nota 10. Estamos até mais simpáticos e tolerantes com os conterrâneos dele. Têm brasileiros até pensando em hospedá-los durante a Copa. Quem diria!

            Além de reforçar a Igreja idealizada por Francisco, Dom Orani aos 64 anos vem mostrando que é um religioso de coração grande com atuação em todas as áreas da cidade maravilhosa. Não faz distinção entre ricos e pobres, entre palacianos e a gente humilde das favelas. Todo ano realiza uma missa no Cacique de Ramos, é freqüentador do Pavão e Pavãozinho, senta à mesa com os sambistas e come e conversa com pessoas de qualquer religião. É um autêntico discípulo do Papa Francisco, até parece que são ligados há décadas.

            Depois da ousadia e determinação levadas a efeito durante a realização da Jornada Mundial da Juventude, Dom Orani passou a ser mais olhado, credenciado de forma efusiva até chegar a essa nomeação que ocorreu por seus méritos, pelo trabalho de recuperação exercido na Diocese carioca, onde, hoje é crescente o retorno dos jovens e daqueles que já vinham perdendo sua fé no catolicismo, mas, com a presença competente e o trabalho incansável do Arcebispo tudo voltou como deseja a Igreja. Jamais se viu Sacerdote tão agregador e tão destemido.

            O menino humilde de São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, desde pequeno sabia que sua vocação era servir a Deus. Já foi Arcebispo de Belém e a partir de 2009 chegou ao Rio e não para de encantar os cariocas. É o mais novo de nove irmãos. História marcante de sua juventude foi quando uma religiosa de São José procurou dona Maria, mãe de Dom Orani e lhe disse: “seu filho vai ser Bispo e depois, Papa”. Os caminhos estão sendo percorridos e, o mais importante, com a clarividência que é necessária para assumir o posto. Agora, realmente, tem brasileiro no páreo, mas, isso só depois que Francisco passar por seu longo tempo.

            Não só o fato de Dom Orani ter mostrado ao Papa sua determinação organizacional levou, o Sumo Pontífice a chamar seu anfitrião para participar mais intimamente deste Pontificado que vem enchendo o mundo de boas perspectivas. A hipótese mais significativa são as decisões proferidas no decorrer de sua trajetória. Está sendo uma grande alegria ver Dom Orani receber esse reconhecimento de Francisco, o Papa da transformação. Se com ele muita coisa já mudou, com a chegada do brasileiro, essas mudanças intensificarão.

            O lado humanista de Francisco e Orani está levando a Igreja Católica a ganhar mais adeptos, pois, as figuras ativas de ambos vão colaborar intensamente neste projeto de transformação da Igreja, onde não haverá divergências entre quaisquer segmentos religiosos. Repete-se, ricos, pobres, palacianos, favelados, até argentinos e brasileiros, se mostrarão mais respeitosos quando pensarem em Francisco e Orani. Essa gente vai mudar o mundo, aliás, já está mudando.

            Brasileiro sangue bom, pode ser o Papa do futuro!

 

            Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político e-mail: celiovidaurre@yahoo.com

 

 

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