BR-493: uma estrada federal com um buraco a cada 38 metros
- Motoristas sofrem com precariedade da via que liga Manilha a Magé
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RIO — São 25 quilômetros de uma estrada estreita (cerca de dez metros, somando os dois sentidos de tráfego e os acostamentos), marcada por grandes desníveis, sem iluminação e com sinalização precária. Além disso, como O GLOBO constatou na quarta-feira da semana passada, havia 665 buracos ao longo da via — uma média de um a cada 38 metros. Apesar do cenário de abandono, ela está longe de ser um caminho da roça qualquer. Trata-se da BR-493 (que liga Manilha, em Itaboraí, a Santa Guilhermina, em Magé), por onde são transportados 70% dos alimentos que abastecem o Rio. Na estrada, passam diariamente 18 mil veículos, 60% deles caminhões. A rodovia é também o principal acesso da Região Metropolitana e do Sul do estado ao Norte Fluminense e a grande parte do Nordeste do país.
O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) reconhece que a estrada não comporta mais tamanha carga: são mais de 150 mil toneladas por dia sobre a pista. Numa parceria fechada em 2008 entre o governo do estado e a União, dentro das obras do Arco Metropolitano, caberia ao Dnit realizar a duplicação da BR-493. No entanto, após quatro anos sem nenhum quilômetro construído, o consórcio foi desfeito. Isso aconteceu depois de denúncias envolvendo a Construtora Delta, que fazia pare do consórcio contratado para obra, orçada na época em R$ 950 milhões.
Nova licitação sai no dia 28
Uma nova licitação está agendada para o fim do mês.
— No próximo dia 28, vão ser abertas as propostas da nova licitação, que será em regime diferenciado de contratação (RDC). Agora, a empresa que ganhar a licitação faz o projeto e executa a obra. Isso dará mais agilidade ao trabalho — explicou o diretor regional do Dnit, Arnaldo Pinho.
Ele disse que, enquanto a duplicação não chega, o paliativo encontrado foi a contratação de uma empresa de conservação. Em outubro passado, começaram as obras de recuperação do asfalto, orçadas em R$ 7,6 milhões. A conclusão está prevista para 2014.
— Se não fossem essas obras, a situação estaria muito pior. Não mexemos no acostamento, mas um longo trecho das faixas de rolamento do lado de Manilha já não tem buracos. Estamos com cerca de 60% de obras realizadas, mas, com as chuvas fortes que caíram e com o volume de veículos, pode ser que tenham surgido novos buracos — disse Arnaldo, acrescentando que o problema mais grave no momento é no lado de Magé.
Segundo ele, a rodovia tem 60 anos e vem sofrendo com o crescimento cada vez maior do volume de veículos, por causa da construção do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj, empreendimento em Itaboraí), do movimento no Porto de Itaguaí e do próprio desenvolvimento do estado:
— A duplicação deverá ser suficiente para resolver o problema de fluidez no trânsito.
Sem aviso para quebra-molas
Os acidentes são constantes, principalmente na região de Magé. Moradores costumam chamar a estrada de rodovia da morte.
— À noite, não se vê nada, mas se ouvem muitas freadas e batidas. Volta e meia, tem gente morta — contou José das Graças, de 62 anos, há 57 vivendo às margens da BR-493, no quilômetro 21.
Ele conta que não falta trabalho para mecânicos da região:
— Não tem nenhuma marca indicando os quebra-molas. Por isso, depois de cada quebra-molas, tem sempre um buraco, por causa do impacto dos carros sobre a pista.
As poucas placas de sinalização somem atrás do mato alto. É o que acontece, por exemplo, com a placa que alerta para o estreitamento da via no trecho sobre o Rio Iriri, em Magé.
— É brabo. A gente paga pedágio (R$ 12,50) por uma coisa dessa. Os buracos estão sempre quebrando o meu carro — protestou o motorista Cláudio Silva.
Segundo moradores, a situação se agravou a partir de 2002, quando a Ponte Rio-Niterói foi fechada ao transporte de cargas, transferindo esse fluxo de veículos pesados para a Magé-Manilha (também conhecida como Estrada do Contorno da Baía de Guanabara).
O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) reconhece que a estrada não comporta mais tamanha carga: são mais de 150 mil toneladas por dia sobre a pista. Numa parceria fechada em 2008 entre o governo do estado e a União, dentro das obras do Arco Metropolitano, caberia ao Dnit realizar a duplicação da BR-493. No entanto, após quatro anos sem nenhum quilômetro construído, o consórcio foi desfeito. Isso aconteceu depois de denúncias envolvendo a Construtora Delta, que fazia pare do consórcio contratado para obra, orçada na época em R$ 950 milhões.
Nova licitação sai no dia 28
Uma nova licitação está agendada para o fim do mês.
— No próximo dia 28, vão ser abertas as propostas da nova licitação, que será em regime diferenciado de contratação (RDC). Agora, a empresa que ganhar a licitação faz o projeto e executa a obra. Isso dará mais agilidade ao trabalho — explicou o diretor regional do Dnit, Arnaldo Pinho.
Ele disse que, enquanto a duplicação não chega, o paliativo encontrado foi a contratação de uma empresa de conservação. Em outubro passado, começaram as obras de recuperação do asfalto, orçadas em R$ 7,6 milhões. A conclusão está prevista para 2014.
— Se não fossem essas obras, a situação estaria muito pior. Não mexemos no acostamento, mas um longo trecho das faixas de rolamento do lado de Manilha já não tem buracos. Estamos com cerca de 60% de obras realizadas, mas, com as chuvas fortes que caíram e com o volume de veículos, pode ser que tenham surgido novos buracos — disse Arnaldo, acrescentando que o problema mais grave no momento é no lado de Magé.
Segundo ele, a rodovia tem 60 anos e vem sofrendo com o crescimento cada vez maior do volume de veículos, por causa da construção do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj, empreendimento em Itaboraí), do movimento no Porto de Itaguaí e do próprio desenvolvimento do estado:
— A duplicação deverá ser suficiente para resolver o problema de fluidez no trânsito.
Sem aviso para quebra-molas
Os acidentes são constantes, principalmente na região de Magé. Moradores costumam chamar a estrada de rodovia da morte.
— À noite, não se vê nada, mas se ouvem muitas freadas e batidas. Volta e meia, tem gente morta — contou José das Graças, de 62 anos, há 57 vivendo às margens da BR-493, no quilômetro 21.
Ele conta que não falta trabalho para mecânicos da região:
— Não tem nenhuma marca indicando os quebra-molas. Por isso, depois de cada quebra-molas, tem sempre um buraco, por causa do impacto dos carros sobre a pista.
As poucas placas de sinalização somem atrás do mato alto. É o que acontece, por exemplo, com a placa que alerta para o estreitamento da via no trecho sobre o Rio Iriri, em Magé.
— É brabo. A gente paga pedágio (R$ 12,50) por uma coisa dessa. Os buracos estão sempre quebrando o meu carro — protestou o motorista Cláudio Silva.
Segundo moradores, a situação se agravou a partir de 2002, quando a Ponte Rio-Niterói foi fechada ao transporte de cargas, transferindo esse fluxo de veículos pesados para a Magé-Manilha (também conhecida como Estrada do Contorno da Baía de Guanabara).
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