RIO - A equipe médica que trata o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou, em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, que está descartada neste momento a cirurgia para a retirada do tumor na laringe do paciente. A biópsia feita no fim de semana confirmou que o tumor de Lulaé do tipo mais comum, está em estágio intermediário e tem agressividade média. Segundo Dr. Paulo Hoff, a radioterapia acontecerá de três a quatro semanas depois da quimioterapia, que costuma durar sete semanas.
- Não há cirurgia no cronograma de tratamento - disse Hoff, descartando a intervenção neste momento.
Somente se o tumor não responder bem à quimioterapia, pode ser feita a cirurgia para preservar a voz de Lula.
- Mas pela localização do tumor, ele tem chance grandes de não precisar da operação - disse o médico.
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Após dois ciclos de quimioterapia, os médicos poderão avaliar se o ex-presidente responderá bem ao tratamento, o que deve acontecer em aproximadamente 40 dias. No domingo, em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, o médico Roberto Kalil disse que, pela avaliação dos oncologistas, a chance de recuperação de Lula é de 80%.
Mesmo depois de curado o tumor, Lula precisará fazer exames periódicos para descartar a volta do câncer:
- A fase de maior risco são nos dois primeiros anos. Depois de cinco anos, poderemos falar que o paciente está curado desse tipo de câncer - disse o médico Luiz Paulo Kowalski, na coletiva desta segunda.
Para a primeira sessão de quimioterapia, os médicos decidiram que Lula ficará uma noite internado e deve ter alta na manhã de terça-feira. O ex-presidente passará por três ciclos de medicação, combinando quimioterapia e radioterapia, com intervalo de 20 dias entre eles.
Dilma vai visitar Lula na tarde desta segunda-feiraLula deve receber nesta tarde a visita da presidente Dilma Rousseff , que antecipou em duas horas o horário do embarque para São Paulo, onde tem agenda oficial, para visitar o ex-presidente.
Lula chegou às 10h ao Hospital Sírio-Libanês, onde dará início à quimioterapia. Ele deixou, por volta de 8h40m, seu apartamento em São Bernardo do Campo, acompanhado da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ao chegar ao hospital, Lula entrou pela porta dos fundos, sem falar com a imprensa. Segundo os médicos, dona Marisa está o tempo todo ao lado do ex-presidente.
No domingo, passado o choque do diagnóstico, o ex-presidente viveu um dia de ansiedade , à espera da internação e do início do tratamento . Evitou os amigos, mesmo os mais íntimos, e cercou-se da mulher, dos filhos e dos netos.
Mãe e irmãos de Lula tiveram câncerLula recebeu o diagnóstico de câncer na laringe com o susto de quem já sofreu com essa doença na família. Sua mãe, dona Lindu, morreu em um hospital público com câncer de útero. Em junho, a irmã mais velha de Lula, Marinete, morreu de câncer no pulmão. Um de seus irmãos, Jaime, teve um tumor na laringe semelhante ao que o ex-presidente enfrenta agora e curou-se. O médico que tratou Jaime faz parte da equipe que cuidará do ex-presidente. É o oncologista Luiz Paulo Kowalski. Para Kalil, esse passado familiar pode, sim, ter influenciado no desenvolvimento da doença.
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