Rio: mais 20 recrutas da Marinha são internados em hospital
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Rio: mais 20 recrutas da Marinha são internados em hospital
23 de agosto de 2011 • 08h41 • atualizado às 08h44
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Um ônibus e uma van com pelo menos 20 passageiros (seis dos quais usavam máscaras respiratórias) chegaram na segunda-feira ao Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, onde 57 alunos já estavam internados. Segundo a Marinha, parte desses jovens foram atendidos com conjuntivite. À noite, 38 dos internados tiveram alta e deixaram o hospital usando máscaras.
A Defensoria Pública da União começou a investigar a doença que atingiu alunos do Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela (Ciampa) e vai pedir à Cedae exames laboratoriais das águas das bicas do local. A principal suspeita para a causa da infecção que pode ter afetado mais de 77 alunos é a água das torneiras que os recrutas beberam durante curso de formação de fuzileiros navais.
"Conversamos com sete alunos que relataram falta de água, não excesso de exercícios. Em dados momentos, eles eram obrigados a recorrer à água de bica para hidratação", disse o defensor público Daniel Macedo.
Ele e o colega André Ordacgy oficiaram a direção do hospital para que os prontuários médicos dos recrutas sejam repassados em até 48 horas. Hoje, os procedimentos serão encaminhados ao Ciampa, Comando 1º Distrito Naval da Marinha e Secretaria Municipal de Saúde. Assim, esperam obter informações sobre o número real de recrutas infectados, as causas das internações e os resultados dos exames realizados.
"Causa estranheza o fato de a Marinha alegar que pode ser um surto de gripe, mas nenhum oficial ou suboficial do Ciampa foi internado", observa Ordacgy. A Defensoria não descarta mover ações individuais na Justiça por danos morais e até ação civil pública contra a Marinha.
Marinha apura excessos
Ao menos 38 recrutas tiveram alta na noite de segunda-feira e voltaram para o quartel de Campo Grande, onde continuarão o curso. Victor Hugo Pereira, 19 anos, que estava em estado grave, foi transferido para o quarto. Já Leonardo Gama Rodrigues, 22 anos, segue sedado. "O médico disse que foi exercício excessivo", voltou a afirmar a mãe de Victor, que pensa em desistir do curso.
A Marinha apura se houve excessos e o que causou insuficiência respiratória em parte do grupo de 637 alunos. Este não é o 1º problema no quartel. Em 2 de março de 2010, Adonai Santos da Costa, 19 anos, morreu com insuficiência respiratória. "Ele era acordado com gás lacrimogêneo e teve que fazer 600 polichinelos por um repelente", disse o padrasto, Ricardo Manhães.
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