terça-feira, 23 de agosto de 2011

FALTA MÉDICOS NA BAIXADA

FALTA DE PISO SALARIAL PROVOCA ÊXODO DE MÉDICOS NA BAIXADA
A ausência de um piso salarial regional na área de saúde é uma das principais causas da falta de médicos na Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Baixada Fluminense. O problema foi apresentado por representantes do Consórcio Intermunicipal de Saúde da região (Cisbaf), nesta segunda-feira (22/08), durante audiência pública na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). “Programas criados recentemente, como as UPAs, por exemplo, estão aumentando o valor de mercado dos profissionais que atuam especialmente nas urgências e emergências”, relatou a secretária executiva do Cisbaf, Rosângela Rabello.

O presidente da comissão, deputado Bruno Correia (PDT), informou que o colegiado já desenvolve um projeto de lei que visa a nivelar os salários da categoria nos municípios do estado. Criado em 2000, o objetivo do Cisbaf é encontrar soluções para problemas comuns na área de saúde. A central de regulação foi uma política pública implantada pelo consórcio, que hoje reúne 12 municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São João de Meriti e Seropédica. “Os recursos do Ministério da Saúde são de apenas R$ 19 mil por mês. Isso só atende os custos de telefonia”, explica Rosângela.

Segundo ela, a solução para a escassez de verbas foi dividir o recursos humanos entre as prefeituras de acordo com a densidade populacional. “Seria interessante um esforço do legislativo para que tenhamos um piso regional e uma participação do Governo do Estado nos custos do Samu”, disse ela, salientando ainda que a região carece de hospitais de grande porte. E completa: “temos os hospitais da Posse, Saracuruna, Juscelino Kubistchek e Nossa Senhora do Carmo, enquanto a capital possui 17. É uma discrepância que se acentua quando comparamos a densidade populacional da capital – com seis milhões de habitantes – com a dos 12 municípios juntos, que possuem 3,8 milhões habitantes”.

Coordenador do Samu, Antônio Dieb revelou que uma das medidas adotadas para melhorar o atendimento do programa é ampliação da Central de Regulação, localizada em Nova Iguaçu, cujos recursos já foram liberados pelo Ministério da Saúde. No final deste mês, também deve ser definida, por meio de edital, a empresa que ficará responsável pelo reparo das ambulâncias. Também serão adquiridos uniformes, colchões e equipamentos para as unidades móveis, bem como colares para cervical, pranchas e macas. “Acompanharemos as ações do Cisbaf para normatizar o atendimento do Samu. Agora vamos estudar uma forma de a Alerj colaborar com bom andamento do programa, que é de suma importância para Baixada Fluminense”, ressaltou o deputado Bruno Correia. Também esteve na audiência a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), membro da Comissão de Saúde da Alerj.

(texto de Ricardo Porto)

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