Corruptos, livres e soltos...
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Pará
Percentual de corruptos presos alcança só 0,06% do total de detentos
Brasília
THIAGO VILARINS
Da Sucursal
Dos quase 12 mil presos nas cadeias públicas do Pará, somente oito deles são condenados por crimes de corrupção. É uma das mais baixas médias do País (0,06%), somente à frente das situações encontradas nos estados do Acre, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Sergipe, que não têm em suas celas nenhum condenado por esse tipo de crime. Em todo o Brasil não é muito diferente. O número total de presos por desvio de dinheiro público não daria para encher uma única penitenciária. São apenas 722 presos, em um universo de 513 mil pessoas detidas – o que dá 0,14% do total. Os dados são do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça (MJ), referentes a dezembro de 2012.
A inglória constatação de que corrupto não vai para a cadeia é ainda mais impressionante quando se avalia que no Pará o número de presos por outros crimes de menor potencial ofensivo é muito superior. A quantidade de detidos por "atentado violento ao pudor", por exemplo, chega a ser 23 vezes superior (186 casos) ao que envolve corrupção. A proporção é a mesma do números de pessoas nas celas por uso de documento falso e receptação (193).
E a situação já foi pior. De acordo com os números do Depen, até três anos atrás não existia nenhum registro de preso nas cadeias do Estado por tentativa de assalto ao dinheiro público. Um outro levantamento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostra que a baixa incidência de condenados não é por falta de alvo: mais de três mil processos por crimes contra a administração pública tramitavam na justiça do Estado até o fim do ano de 2012.
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