A QUEDA DA BASTILHA BRASILIENSE
Célio
Junger Vidaurre
A
capital do Brasil, Brasília, começou a ser construída em 1956 e foi inaugurada
pelo Presidente Juscelino em 1960, diferentemente, da BASTILHA que era uma
fortaleza situada em Paris, capital da França, que começou a ser construída no
ano de 1370, durante o Reinado de Carlos V. Foi concluída, 12 anos depois,
1382. No século XV, a Bastilha foi transformada pela monarquia francesa numa
prisão de Estado, local onde ficavam presos os que discordavam do regime,
aqueles que representavam uma ameaça ao poder absolutista dos reis.
Com
políticos, intelectuais e pessoas contestadoras de aumento de impostos e de
outras irregularidades, não haviam quaisquer contemplações, pois, naquela
época, só eram excluídos das prisões, os ricos, os reis e os seus protegidos.
Muitos foram para a guilhotina e tiveram suas cabeças decepadas, sem piedade. A
Queda da Bastilha tornou-se um marco e símbolo da decadência da monarquia
francesa. Inclusive, o 14 de Julho, foi escolhido como feriado nacional e data
da Revolução Francesa.
Nessas
manifestações pelo Brasil em que se vê a revolta da população em todos os seus
níveis, está bem parecida com o que ocorreu com os franceses daquele século,
naquela que está entre as maiores revoluções da história da humanidade. E,
quando não havia qualquer esperança de mobilização por parte de nossa gente,
eis que, surge pelas ruas do Brasil, de norte a sul, o que poucos esperavam,
mas, que, agora, foi visto que os brasileiros, de fato, são de luta, são
aguerridos, querem mudanças. E elas, por certo, não tardarão. Aliás, já estão
em curso.
As
consequências em que originaram as manifestações já começou a ter resultados
práticos, ou seja, pela primeira vez no país, viu-se um deputado no exercício
do seu mandato ir para a cadeia. As decisões no Congresso Nacional estão em
ritmo veloz, um STF decide como percebe os anseios do povo, os governantes já
querem antecipar tudo que sempre prometeram, estão vendo que não há mais tempo
para empurrar nada com a barriga. Absolutamente nada.
Com
esse quadro político atual, pouco, muito pouco, era esperado. Todavia, com a
decisão desse firme Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quando mostrou
que pode mudar o rumo de um governo dentro daquilo que décadas estão sendo
tentadas. Então, Alckmin em 24 horas deu uma lição aos outros governantes que,
caso não tenham ações com as mesmas alternativas, não tenham dúvidas, a coisa
ficará feia em curto prazo e não haverá controle da situação.
De
bom mesmo são as boas expectativas e perspectivas que voltaram a reinar no
âmago dos brasileiros, que passaram a acreditar que essas falcatruas
ininterruptas deverão ser decepadas em tempo recorde e o país voltará a
respirar a verdadeira democracia que esperamos, pois, é por demais sabido que,
como externava o poeta Gonzaguinha, os caras estavam pensando que vamos deixar
a bunda na janela para eles passarem a mão nela. Essa não.
Já
tem deputado preso e os mensaleiros condenados estão também caminhando para lá,
há tentativas de plebiscito, de reforma e alguns magistrados estão em
polvorosa. Muita coisa está mudando e vai mudar muito mais. Estamos num período
de convulsões políticas na esperança da abolição e substituição desses eternos
corruptos de Brasília, por uma república democrática sem reeleição, sem fichas
sujas, sem Sarney, sem Renan, sem Cabral e a turma dos guardanapos de Paris,
sem Zé Dirceu, Genoino, João Paulo, etc., etc. Com essa gente não dá mais para
caminhar e, caso não saiam antes, serão extirpados do meio político brasileiro,
ocorrendo o que cognominamos de Queda da
Bastilha Brasiliense, quando sobrará meios para o que desejamos que é uma
mudança social de nomes e de costumes, para formulários em princípios de
cidadania e de direitos inalienáveis.
Ou mudem de atitudes ou os protestos continuarão!
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