Não podemos concordar com a manutenção do escravismo social das massas em nossos dias. Com a queda do feudalismo que proporcionou a ascensão da burguesia e, consequentemente, o capitalismo com seu poder industrial, instalou-se no mundo a forma neocolonialista de domínio do idealismo e da forma positivista que envolve a filosofia clássica.
O Brasil é terceiromundista na interpretação positivista de domínio da massa, porém, enquadra-se, perfeitamente, no pódium superdesenvolvido quanto ao domínio idealista das massas.
O próprio presidente Barack Obama, em recente visita ao país enfatizou positivamente: “O Brasil não é o país do futuro, é o próprio futuro”.
Em outras palavras ele quis dizer: “Em uma leitura sociológica à moda Darvinista, o Brasil está evoluindo; está deixando de ser ‘fósseis vivos’, tomando forma de sociedade industrial.
Barack Obama cumpriu a sua missão.
O presidente norteamericano empolgou e até levou às lágrimas a massa. O palco de seu discurso foi o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em plena ágora brasileira, a Cinelândia.
Entretanto, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, do Governo Lula, em plena campanha política para presidente, da candidata Dilma, na Bahia, deixou escarpar em sua transpiração filosófica a forma neocolonialista de domínio idealista da massa. Disse o ex-ministro em discurso de improviso aos petistas: “O presidente Lula é maior do que o PT, somente no governo Dilma poderemos implantar o programa do PT no país”.
E a imprensa pergunta até hoje: “Que programa é esse Dirceu?”
Dirceu se mantém calado mas o governo Dilma, aparentemente embrionário já realiza – digamos assim – um parto antecipado do dito cujo programa do PT.
Incubado nas fábricas e nos sindicatos durante mais de 20 anos, este ser híbrido tomou conta das ruas e fez de Brasília a maternidade – o seu tubo de ensaio positivista da alienação da massa brasileira cuja permanência deve ser estender por mais 20 anos, ou mais.
É o domínio dos ideais da massa brasileira tão bem elaborado que não tem escândalo que o derrube ou faça cair qualquer fruto maduro desta árvore frondosa.
Max Weber, o pai da sociologia alemã já previra esta realidade brasileira e o sentido desta ação social em pleno Século XXI.
Segundo Weber, que nasceu em 1864 e faleceu em 1920, o torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, seria presidente da república em um país da América do Sul porque “a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades, e essa pesquisa baseada na coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes, permite o entendimento das diferenças sociais, que seriam de gênese e formação”.
Queremos dizer que o metalúrgico Lula é o sentido, a expressão da motivação individual dessa ação social que o conduziu à presidência; o fez eleger a sucessora e, agora inicia a implantação de um programa neocolonialista de domínio do idealismo das massas brasileiras.
Haja vista o livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloísa Ramos; o cadastro de bons pagadores e demais outros cadastros ciberneticamente interligados que incluem o bolsa família e demais outras bolsas e centenas de milhares de fichas cadastrais com exigência de CPF, Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, Título de Eleitor, etc.
“A burguesia, ao tomar o poder em 1789, investiu decididamente contra os fundamentos da sociedade feudal, procurando construir um Estado que assegurasse sua autonomia em face da igreja e que protegesse e incentivasse a empresa capitalista. Para a destruição do “ancien régime”, foram mobilizadas as massas, especialmente os trabalhadores pobres das cidades. Alguns meses mais tarde, elas foram “presenteadas”, pela nova classe dominante, com a interdição dos seus sindicatos.*1
“À investida da burguesia rumo ao poder, sucedeu-se uma liquidação sistemática do velho regime. A revolução ainda não completara um ano de existência, mas foram suficientemente intempestiva para liquidar a velha estrutura feudal e o Estado monárquico.
“O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir radicalmente a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais, seus costumes e hábitos arraigados, e ao mesmo tempo promover profundas inovações na economia, na política, na vida cultural, etc. É dentro desse contexto que se situam a abolição dos grêmios e das corporações e a promulgação de uma legislação que limitava os poderes patriarcais na família, coibindo os abusos da autoridade do pai, forçando-o a uma divisão igualitária da propriedade. A revolução desferiu também seus golpes contra a igreja, confiscando suas propriedades, suprimindo os votos monásticos e transferindo para o Estado as funções da educação, tradicionalmente controladas pela igreja. Investiu contra e destruiu os antigos privilégios de classe, amparou e incentivou o empresário”.*2
Qualquer semelhança com os dias atuais terá sido mera constatação histórica weberiana.
*1 Do livro “O que é Sociologia”, Carlos Benedito Martins, Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 57.
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